quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Weliton Lima: Faltou espaço para assuntos emergentes na Assembléia Itinerante

Weliton Lima é gerente de Jornalismo do SBT Itaituba
A sessão itinerante da ALEPA foi o assunto da semana nos noticiários locais e não era pra menos, afinal essa foi a primeira vez na história que o município se tornou a sede do parlamento estadual mesmo que por um dia. A chegada dos deputados movimentou a rede hoteleira da cidade, restaurantes e empresas de transportes, os deputados se mostraram simpáticos com a população fazendo elogios a receptividade que tiveram.  No discurso de abertura da sessão especial o presidente da ALEPA justificou o deslocamento de toda a estrutura do poder legislativo estadual para Itaituba afirmando que o projeto das sessões itinerantes aproxima o parlamento do povo que tem a oportunidade de ver os seus deputados em atividade. Pena que os nossos representantes não apresentaram nessa sessão, nenhum projeto de lei de real relevância para o município e assim ficamos somente com o glamour de ter sediado uma sessão especial da Assembléia Legislativa do Estado e com as homenagens, que sempre são feitas em ocasiões como essa, o que, convenhamos, é pouco para o custo bancado pelo contribuinte para a realização dessa sessão itinerante. Mas, afora alguns excessos desnecessários como os sobrevôos de helicóptero no local da sessão e até o pouso do aparelho em plena rua, digamos que a sessão valeu a pena, pois é possível que, após a vinda dos deputados aqui em Itaituba, algumas questões locais ganhem maior visibilidade junto ao governo. Uma delas é a construção do hospital Regional que inexplicavelmente já se passou quase o dobro do tempo previsto para a conclusão da obra e apenas trinta por cento do serviço está pronto, e o mais grave é que consórcio construtor da obra já recebeu um aditivo de três milhões de reais. As compensações negociadas pela ATAP com o município por causa da implantação das estações de transbordo de grãos em Miritituba também causou surpresa em alguns que se interessaram pelo assunto. Um deles, com quem eu conversei, considerou irrisório o que o município está recebendo e sugeriu que essas compensações sejam em forma de royalties, e pago mensalmente. Somente assim o município terá condições de reparar os danos que serão produzidos por essa atividade. Mesmo que tardiamente, cabe ao governo municipal correr atrás desses mecanismos e tentar reverter esses acordos, que realmente não representam nada diante das riquezas que irão passar por aqui e dos danos ambientais e sociais que essa atividade irá causar. Aliás, já está causando. Esse deveria ter sido o grande tema a ser debatido nessa sessão itinerante, mas outra vez perdemos o time da historia.

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