terça-feira, 10 de agosto de 2010

Capelinha Parte 2 - Fé católica supera o cansaço físico

A caminhada até a Capelinha de São José da Mata reservou surpresas impressionantes para os aventureiros, que aplicaram vigor físico, muita fé e presença de espírito para enfrentar o percurso de mais de trinta quilômetros. A primeira etapa, projetada para durar cerca de quatro horas, foi um misto de conforto e muita animação, com todos decididos a encarar o desafio sem recuar. Quilômetro a quilômetro, o trajeto foi sendo devorado, tudo em defesa de um objetivo planejado a partir da tradição católica.

→ [ Capelinha de São José, cerca de 30 quilômetros mata adentro, em pleno Parque Nacional da Amazônia ]

Com aproximadamente 1 hora e 40 minutos de caminhada, demos uma parada para descansar. Meia hora antes, tomamos um rápido lanche; comida leve, para não pesar no estômago, reservar energia e evitar o cansaço, que, a esta altura, se apresenta quase insuportável. Mas as belezas naturais da floresta e a própria fé nos move e leva em diante nossa resistência. Vale tudo para manter esse espírito, tão forte e resistente.

Praticamente dentro do tempo previsto, a primeira parte da caminhada encerrou no acampamento conhecido como Pedro Bico, calculadamente quatorze quilômetros do ponto de partida, a margem da rodovia. Aqui, o almoço e os preparativos para uma merecida noite de descanso. E a selva entrou com seus encantos, maravilhas e perigos. É necessário que todos estejam atentos. A área também tem seus riscos, e não é prudente se afastar do grupo, sob o risco de ser atacado por insetos e animais venenosos. Mas existem os destemidos, que querem mais emoção. E a primeira delas vem com uma aranha. Identificado como extremamente perigoso, o pequeno animal fica parado, enquanto é fotografado e filmado pela equipe.

No riacho, enfeitado com rochas, os olhos reluzentes de um jacaré-açú são a primeira surpresa. Maravilhados com a descoberta, passamos horas observando o animal estático, a uma distância segura. No mesmo riacho, estão outras espécies, algumas mais outras menos perigosas. Uma pequena jararaca d´água percebe a presença da equipe e procura se esconder rapidamente. Os pequenos peixes brincam na água corrente, enquanto o caranguejo parece estar dormindo e não dá nem atenção à luz que lhe perturba o sono.

No dia seguinte, os preparativos para retomar a caminhada são interrompidos por uma outra surpresa. Nos arredores do acampamento, foi encontrado um filhote de jacaré-açú, que, sem muito esforço, foi capturado e trazido para ser apresentado ao restante do grupo. O pequeno animal se mostra atento, mas não esboça reação, até porque está imobilizado, e todos querem admirá-lo.

As maravilhas do Parque Nacional da Amazônia se apresentam como companheiras dos peregrinos de São José da Mata. Durante a caminhada, são observados fenômenos que tão somente anos de pesquisa são capazes de explicar. Árvores que caíram e se transformaram em canteiro para fungos e parasitas, que procuram a luz do sol para se desenvolver, se revelando em belas flores, como esta, de um vermelho profundo... As palmeiras trabalham para repor o oxigênio do solo abafado da floresta. Elas estão por todos os lados, em todos os tamanhos, e cada uma assume sua parcela de responsabilidade no bioma Amazônico. Os frutos são muito apreciados por serem ricos em proteínas e vitaminas como o cálcio, além de uma fonte de óleos.

Caminhando mais adiante, a equipe depara com outra surpresa. Uma família de macacos que se alimentava na copa das árvores não parece estar muito disposta a se apresentar, e procura se ocultar na folhagem. São macacos-prego e aranha, variedades presentes na lista dos ameaçados de extinção. Mas esses, pelo menos, estão protegidos.

Neste ano, mais uma vez, a caminhada até a Capelinha de São José se apresentou como uma excelente oportunidade de exercitar a fé e mostrar que o homem tem bem mais potencial do que pensa ou aparenta. Além de uma forma de reconhecer a presença espiritual do Pai do Menino Jesus em nossas vidas, a peregrinação é uma prova de resistência e um verdadeiro expoente do rico potencial que a natureza deu de presente à humanidade.

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