sábado, 3 de julho de 2010

Uma Simples Homenagem...

A postagem em tela é como uma homenagem pelo gosto musical da minha querida mãe. Nossa querida Mãe Lô, que já foi morar com Deus...

Tanto dissemos, tanto conversamos, tanto discutimos, em busca do bom senso, da compreensão e da paz. Tanto fizemos... e tanto deixamos de fazer!


Saudades, Mamãe...!

Sabemos que a senhora adorava esse poema...


Poema da Criança Morta

(Sebastião da Silva – Moacir Laurentino)

Dos poemas que escrevi

Por meio da inspiração

Este é o mais comovente

Porque tem a narração

De um dos casos mais tristes

Que já se viu no Sertão.


Trata-se de uma menina

De uma beleza extrema

De 4 anos de idade

Com quem se deu o problema

E tornou-se a central figura

Das emoções do poema.


Edinete era seu nome

Que lembramos com pesares

Filha de Rita Alzira

E Expedito Soares

Casal pobre mais bem quisto

Com todos os familiares.


No município Riacho

Dos Cavalos terra amena

No sertão paraibano

Aonde os pais da pequena

Moram e ainda hoje

Lamentam a triste cena.


27 de novembro

Do ano setenta e seis

Pelas três horas da tarde

Ou pouco antes talvez

Os pais de Edinete a viram

Viva pela última vez.


Pôs-se a criança brincando

No pátio da moradia

Se entretendo com árvores

Ou com animais que via

E aos poucos entrou no mato

Sem saber pra onde ia.


Quando a mamãe sentiu falta

Da sua filha querida

Chamou-a diversas vezes

Já bastante comovida

Aí notou que a criança.

Já se achava perdida


Alarmou pra vizinhança

E começou a chegar gente

Pra procurar a criança

Todos apressadamente

Anoiteceu e ninguém

Encontrou a inocente


E assim passaram 3 dias

Procurando sem parar

De oitenta a cem pessoas

Podia-se calcular

Todos à sua procura

Mas ninguém pode encontrar.


Na manhã do dia trinta

Já todos sem esperança

No lugar Serra dos Bois

Num talhado que se avança

Neste local esquisito

Acharam morta a criança.


Morreu de fome e de sede

Em situação singela

Mais ou menos seis quilômetros

Do local pra casa dela

As folhas foram seu leito

E a lua serviu de vela.


Quando espalhou-se a notícia

Que a menina faleceu

Foi muita gente ao local

Aonde a morte a venceu

Vão fazer uma igrejinha

No canto que ela morreu.


Todos os seus irmãos lamentam

Os pais lamentam também

Chorou toda a vizinhança

Porque lhe queria bem

E Deus aumentou a conta

Dos muitos anjos que tem.

Nenhum comentário: