terça-feira, 13 de julho de 2010

Festival Borari, festa dos povos da floresta

Adultos, jovens e crianças dão um verdadeiro show de criatividade

Acabamos de chegar de Santarém. Pra começar, meu Deus, que calor! Nunca vi Santarém tão quente!
Circulamos por diversos locais da cidade; foi em Alter do Chão que curtimos a segunda noite do Festival Borarí, uma festa muito bonita. Gente de vários lugares acorreram á bucólica vila balneária, um paraisinho pra lá de lindo, com uma gente maravilhosa, gastronomia de primeiríssima e uma história de encantar e prender a atenção por horas.
Foi no Festival Borari que encontramos um montão de pesosas lindas; criativas por natureza, que levaram para a quadra parte do seu talento em danças regionais incrivelmente coreografadas. Idosos, jovens, crianças se embalaram ao som do carimbo, dança típica e originalmente paraense, um verdadeiro espetáculo sob a noite alterosa.
Conhecemos ‘Dona’ Neca Borari, uma simpatia que dispensa comentários. Ela esteve coordenando a organização e a realização do Festival Borari, e, do alto de sua capacidade, ainda teve tempo de coordenar uma das danças que se apresentaram.
No Festival Borarí, brincam os nativos e outros moradores da vila de Alter do Chão. Mas também chegam pessoas de outros lugares: de Santarém, de cidades vizinhas e até de outros estados. O importante é que a festa se constitui em uma grande confraternização, em que o resgate da cultura local e regional acontece, de fato. É só deste modo que se consegue manter viva uma tradição que já se confunde com a própria história de Santarém, do Tapajós e de sua gente. E quem vem para Alter do Chão nesta época, sempre se diverte.
Mas isso tudo não estaria completo, se o Pará não estivesse presente também na gastronomia. É onde entram o tacacá, o vatapá, o pato-no-tucupi e outros pratos, que apimentam a noite, e fazem dessa festa um referencial da cultura regional, bem brasileira, bem paraense.
Encontramos o Doutor Sérgio Sant´Anna, uma figura de particular e singular inteligência, que tem em Alter do Chão sua musa inspiradora. Sérgio contou-nos que deixar Alter do Chão para ele está absolutamente fora de cogitação. “Certo dia, o Rui, ex-prefeito de Santarém, me perguntou: “Sérgio, por quê que você fica aqui? Por quê não vai embora?’. Eu respondi: “me dê um motivo’. Não tenho motivo para ir, mas tenho milhares de motivos para ficar”, confessa.
E foi nesse espaço natural, presenteado a Santarém pela mãe de todas as vidas, que passamos parte do nosso final de semana. Dioney Alves e eu praticamente não tivemos trabalho em produzir duas reportagens, uma sobre o Festival do Sairé, outra sobre o Festival Borarí. Trabalho? Quê que é isso? Muitíssimo pelo contrário! Passear pela orla de Alter, ver a enseada, onde brincam os botos em meio às catraias e seus remadores na labuta diária; ver o lago Verde. Trabalho? De modo algum; o útil e o agradável num mesmo espaço.
Incrível como coisas tão simples encantam tão grandemente. Como sempre estive, permaneço apaixonado por aquele pedaço da Amazônia, tão Brasil e tão nossa Alter do Chão.

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