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Daniela e Eliane, fruto da terra em defesa da cultura Borari (Fotos: Reprodução TV Tapajós) |
E a partir de agora, essa responsabilidade é dobrada, pois, além de a cabocla ser um dos itens que concorrem no festival, a sedução também passa a fazer parte dos quesitos que os jurados vão avaliar para atribuir notas às agremiações Tucuxi e Cor de Rosa.
O G1 foi conhecer as duas jovens que irão representar um dos principais itens da disputa. Ambas naturais de Santarém. Uma já é veterana e ganhou quatro títulos como cabocla. A outra, já experiente no Sairé, mas que pela primeira vez vai encenar a lenda da sedução junto com o boto. São esses casais que dão vida a uma das lendas mais famosas da Amazônia: o boto que se transforma em homem e seduz a cabocla no meio da noite.
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Eliane defende as cores e a raça do Boto Cor de Rosa (TV Tapajós) |
O início foi em 2001. O sonho de ser rainha do artesanato se concretizou quando ainda era adolescente. Por sete anos, ela defendeu este item com muito sucesso, vencendo cinco vezes o Festival dos Botos. Em 2008, foi convidada a ser a Cabocla Borari, encenando a lenda da sedução. De lá para cá, venceu quatro vezes o festival com o Cor de Rosa.
Segundo ela, a preparação é feita no dia a dia de uma moradora de Alter do Chão, dançando o ritmo regional carimbó, apreciando a natureza amazônica e as comidas regionais.
Represento o que eu sou, uma autêntica cabocla que gosta de admirar as belezas de seu lugar, o por do sol, um bom tacacá, pato no tucupi, e gosta mesmo de apreciar o balé do boto rosa na Ponta do Cururu"
Eliane Coelho
“Represento o que eu sou, uma autêntica cabocla que gosta de admirar as belezas de seu lugar, o por do sol, as praias encantadoras, que gosta de um bom tacacá, pato no tucupi, suco de cupuaçu e gosta mesmo de apreciar o balé do boto rosa na Ponta do Cururu”, afirma.
Para o dia da apresentação, ela se mostra otimista. “Estamos confiantes com os nossos itens e artistas. Os trabalhos já estão bastantes adiantados, estamos trabalhando com os melhores profissionais e, se Deus permitir, é Cor de Rosa campeão 2015”.
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Daniela Tapajós expõe sua sensualidade no Lago dos Botos pela primeira vez (TV Tapajós) |
Do outro lado, Daniela Tapajós, de 20 anos, é a cabocla borari do Boto Tucuxi pela primeira vez, e logo na despedida dela, que já disputou por dois anos seguidos como rainha do artesanato. Antes disso, foi carimboleira e rainha do Lago Verde. Agora, completa cinco anos no boto cinza, tendo conquistado pelo menos três títulos.
Natural de Santarém, Dani mora atualmente em Parintins (AM), onde participa do Festival dos Bois e é porta-estandarte do Boi Garantido. Ela é enfática em se definir como cabocla amazônica. “Me defino cabocla, mas tem todo um porquê. Ser natural da terra, carregar o nome muito forte que é Tapajós, ter toda essa maravilha que Santarém proporciona para a gente em Alter do Chão, um lugar maravilhoso. Tenho orgulho em dizer que sou daqui, que sou uma cabocla mocoronga, que danço carimbó", Daniela Tapajós
A escolha como cabocla é uma homenagem a ela, que vai se dedicar a partir de agora somente ao Festival dos Bois. "Foram até a presidência do Boi e fizeram o convite para a minha despedida. Eu aceitei e eles (Boi Garantido) aceitaram também. A gente conversou e disseram assim: 'Dani, por quê não se despedir como cabocla borari do Boto? É um grande sonho nosso te colocar.' Aceitei", revela.
Para a despedida do Tucuxi, ela promete fazer bonito. “Prometo conquistar a galera como sempre, brincar. Não vou dançar só para jurados, mas para a minha galera. Tem toda uma cênica, apresentação, vai ser muito lindo. O Tucuxi está com um projeto lindo e inovador, jamais visto, uma coisa grandiosa”, destaca. A disputa dos botos será no sábado (19), no Sairódromo de Alter do Chão. A apuração dos votos será na segunda-feira (21).
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