quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Weliton Lima: “População se sente refém da criminalidade”

Weliton Lima: "Tráfico fomenta a prática de outros delitos"
O jornalista Weliton Lima aborda a problemática das drogas e a ineficácia do sistema em assegurar o cumprimento de punições alternativas aplicadas a indivíduos sem antecedentes, que já estão adentrando o submundo do tráfico >>> “A indignação das pessoas através das redes sociais motivada pela liberação dos traficantes presos na operação policial militar na semana passada é plenamente compreensível, afinal o trafico de drogas está no topo da pirâmide da criminalidade porque é o trafico que alimenta a pratica de vários outros delitos, como os furtos, roubos e até latrocínios. Esses crimes são praticados, na maioria das vezes, por pessoas viciadas no uso de drogas e são esses crimes que têm tirado o sossego da grande maioria da população itaitubense. A quantidade de furtos e roubos é tão grande que nem a polícia tem dados precisos sobre essa estatística, porque muitas vítimas preferem não registrar a ocorrência.  O vicio das drogas também provoca danos devastadores na sociedade, pois destrói famílias, acaba com a dignidade da pessoa e ainda onera o sistema publico de saúde. Então porque que o juiz liberou os traficantes presos em flagrante? Ocorre que a legislação penal brasileira prevê, mesmo para o crime de trafico, a substituição da pena de prisão pela restrição de direitos. Essa é a nossa lei! A questão nesse caso é saber se essas medidas realmente vão ser cumpridas; que mecanismos a Justiça dispõe para fazer o acompanhamento desses apenados para evitar que eles não continuem na pratica desse mesmo crime? É essa preocupação natural, porque, mesmo quando estão presos, os traficantes continuam comandando a venda de drogas de dentro da prisão. E essa constatação faz aumentar a duvida sobre a eficácia desse tipo de medida e considerando  momento de completa vulnerabilidade social, econômica e política que estamos vivendo, o que a população espera do Judiciário é que ele não seja apenas um mero cumpridor da lei, mas que fundamentalmente baseie suas decisões no sentido de resguardar os direitos da sociedade e nesse contexto a liberação dos presos acusados de trafico de drogas vai na direção contrária de todo o apelo feito pela população que cada vez mais vem se sentindo refém da criminalidade”.

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