quarta-feira, 26 de junho de 2013

Interdição da BR-163 em Caracol já dura mais de 24 horas

Manifestação começou na madrugada e cresceu muito decorrer do dia
Movimentos sociais, sindicatos de produtores, cooperativas e um conjunto de entidades promovem manifestação de protesto no distrito de Caracol, município de Trairão. As críticas são, em parte, contra as ações de governo através do Ibama, Incra eICMBio >>> A interdição da rodovia que liga Cuiabá, no Matogrosso, a Santarém, no Pará, começou às 03 horas da madrugada, no distrito de Caracol, a 50 quilômetros da cidade de Trairão, na BR-163, e envolve lideranças dos municípios de Altamira, Itaituba, Novo Progresso e Rurópolis. O protesto foi organizado pelo Fórum dos Movimentos Sociais que ainda esperam pelas ações do chamado Plano de Desenvolvimento Sustentável da BR, que, segundo os manifestantes, nunca saíram do papel. As reivindicações estão incluídas em uma grande pauta, que os movimentos sociais pretendem negociar com o governo.

A manifestação de protesto acontece, simultaneamente, também nos municípios de São Félix do Xingú, Altamira e Santarém. Os manifestantes criticam o governo Federal, afirmando que as ações de governo, para esta parte do Pará, acontecem mais em caráter repressivo. Eles exigem uma audiência com algum representante do governo, e para tanto já montaram uma comissão que está pronta para se deslocar aonde for necessário, para que a audiência aconteça. Na pauta de reivindicações, estão incluídas as exigências: regularização fundiária e legalização de atividades econômicas como a garimpagem e a exploração madeireira.

O sindicalista Edilson Clemente, que integra a comissão de combate à violência no campo, diz que o governo se preocupa em agilizar as ações que são do seu interesse, enquanto que o lado social fica esquecido. Clemente enfatiza, ainda, que centenas de famílias instaladas ao longo da rodovia na década de 70 já abandonaram suas propriedades e foram embora, enquanto outras resistem sem nunca poderem contar com a atenção do governo.

Como parte do que foi utilizado para interditar a rodovia, o que sobrou de um trator incendiado simboliza uma das ações, que, segundo os manifestantes, foi desenvolvida pelo Ibama, quando a máquina, de propriedade de um produtor rural, foi incendiada. Os argumentos apresentados pelos líderes do movimento são fortes. Ele garantem que estão recebendo apoio dos manifestantes de outros estados, que defendem outras propostas. A manifestação, segundo eles, vai permanecer até que haja um canal de negociação com o governo. Eles querem que as ações de fiscalização do Ibama sejam revistas; que o Ministério dos Transportes agilize a conclusão das obras de construção da rodovia E que o Incra retome os processos de regularização fundiária. A agricultura Silvanira Teixeira, que mora na comunidade de Cachoeira da Serra, diz que espera há vários anos pela colocação de 450 famílias em um assentamento que está desocupado.

A interdição, segundo a coordenação do protesto, é por tempo indeterminado. Por enquanto, a passagem pela rodovia só é liberada para ambulância ou em caso de extrema emergência. Os manifestantes ainda avaliam se vão cumprir a lei, que determina que este tipo de manifestação não pode durar vinte e quatro horas seguidas. Por enquanto, nada ficou decidido.

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